Hipertensão arterial sistêmica e o Diabetes mellitus na gravidez
- Nelson Almeida d'Ávila Melo
- 25 de mai. de 2020
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A hipertensão e o Diabetes constituem os principais fatores de risco populacional para as doenças cardiovasculares, motivo pelo qual constituem agravos de saúde pública onde cerca de 60 a 80% dos casos, a possibilidade de associação das duas doenças é da ordem de 50%, o que requer, na grande maioria dos casos, o manejo das duas patologias num mesmo paciente.
Entretanto a hipertensão, usualmente chamada de pressão alta, é ter a pressão arterial, sistematicamente, igual ou maior que 14 por 9. A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. O coração e os vasos podem ser comparados a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Se fecharmos a ponta dos esguichos a pressão lá dentro aumenta. O mesmo ocorre quando o coração bombeia o sangue. Se os vasos são estreitados a pressão sobe e a pressão alta ataca os vasos, coração, rins e cérebro (SBH, 2012).
Ao mesmo tempo que o diabetes mellitus é uma doença do metabolismo caracterizada pelo excesso de glicose no sangue e na urina, que surge quando o pâncreas deixa de produzir ou reduz a produção de insulina, ou ainda quando a insulina não é capaz de agir de maneira adequada. Hipertensão Gestacional As doenças hipertensivas da gravidez, que complicam 5% a 8% de todas as gestações, contribuem significativamente tanto para a morbimortalidade materna quanto fetal. Uma importante distinção deve ser feita entre a síndrome pré-eclâmpsia/eclâmpsia, reconhecida quando há elevação da pressão arterial pela primeira vez durante a gravidez, e a hipertensão preexistente (crônica) se refere à presença de hipertensão antes da gravidez ou da 20° semana de gestação. A hipertensão diagnosticada em qualquer fase da gravidez, mas que persiste além de seis semanas após o parto, é também considerada hipertensão crônica. Essas situações, embora caracterizadas por hipertensão são fisiopatologicamente diversas e têm diferentes implicações agudas e a longo prazo para a mãe e para o feto. Pré-eclâmpsia ocorre mais freqüentemente e é mais grave em mulheres com hipertensão crônica do que em mulheres normotensas antes da gravidez. Complicações fetais incluem crescimento fetal restrito, prematuridade e mortalidade fetal e neonatal.
O diagnóstico de hipertensão na gravidez é feito quando os níveis, pressóricos são iguais ou superiores a 14 por 9. As doenças hipertensivas da gravidez, que complicam 5% a 8% de todas as gestações, contribuem significativamente tanto para a morbimortalidade materna quanto fetal. (Revista brasileira Hiper.2002) Diabetes Gestacional O diabetes gestacional é um dos maiores vilões na gestação da maioria das mulheres brasileiras, pois, está relacionado a um mau acompanhamento nutricional, desencadeando complicações importantes como hiperglicemia materna que é a maior causa de alterações relacionada ao feto e a mãe (VITOLO, 2008).
O diabetes gestacional é um distúrbio metabólico que caracteriza uma hiperglicemia causada por deficiência na secreção de insulina ou sua ação nos diversos órgãos (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2008).
Diabetes mellitus gestacional (DMG) é a intolerância aos carboidratos diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não persistir após o parto. É o problema metabólico mais comum na gestação e tem prevalência entre 3% e 25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da população e do critério diagnóstico utilizado. Muitas vezes representa o aparecimento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) durante a gravidez (Diretrizes SBD, 2015).
O diagnóstico de diabetes gestacional é constatado quando ocorre pela primeira vez na gestação, depois do parto é natural seu desaparecimento, porém, se não ocorrer poderá ser confundido com o diabetes tipo 2 que não foi diagnosticado anteriormente, antes da gestação (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2008).
FATORES DE RISCO DA DIABETES GESTACIONAL
Idade de 35 anos ou mais
Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual
Deposição central excessiva de gordura corporal
História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual
Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG
Síndrome de ovários policísticos
Baixa estatura (menos de 1,5 m)6
FATORES DE RISCO DA HIPERTENSÃO GESTACIONAL A hipertensão gestacional apresenta piores prognósticos quando está associado à hipertensão crônica anterior, diabetes, idade materna acima de 40 anos, alimentação rica em sódio e pobre em proteína, fatores hereditários, condição física (principalmente em pacientes obesas), baixo nível sócio-econômico (devido a desnutrição, deficiência na atividade muscular e estresses psicológicos) (HORTA, 1996).
Na pré-eclâmpsia, os fatores de risco para a mãe são as condições médicas que predispõem à insuficiência vascular subjacente, tais como hipertensão crônica, diabete, lúpus eritematoso sistêmico, trombofilia, gestações múltiplas, sendo esta com diminuição do fluxo placentário (ASSIS, 2008; REZENDE, 2006).
Recomendação Nutricional com diabetes gestacional:
O uso do adoçante deve ser feito se necessário, sendo preferencial um adoçante a base de Stévia;
Aumente a ingestão de água, em média dois litros por dia;
Aumente a ingestão de carboidratos ricos em fibras: arroz integral, macarrão integral, pães e bolachas integrais;
Não use açúcar, mel ou melados;
Evite refrigerantes. Se consumir, que seja o diet;
Realize de cinco a seis refeições por dia;
Evite carnes gordurosas. Preferir preparações assadas e grelhadas;
Evite alimentos embutidos e enlatados;
Controle o consumo de sal;
Realize atividade física, se o médico liberar.
Recomendação Nutricional com Hipertensão gestacional (Mary Width, 2012):
O sal não deve ser liberado durante a gestação, pois dificulta o controle da hipertensão arterial, podendo mesmo agravá-la.
Evitar produtos industrializados processados (como enlatados, embutidos, conservas, molhos prontos, caldos prontos, temperos prontos, defumados, bebidas isotônicas);
Interrupção do tabagismo;
Redução do consumo do álcool ;
Consumir mais alimentos naturais como: frutas, verduras, legumes, feijão, arroz, carnes e etc);
Implementação de atividade física aeróbica monitorada (caso liberado pelo médico obstetra);
O diabetes gestacional como qualquer outra doença deve ser tratada e acompanhada pelos profissionais da saúde como médicos e nutricionistas. Uma boa alimentação, estilo de vida saudável e acompanhamento são essenciais para o controle do diabetes na gestação, visto que o tratamento é fundamental para que não se propague pós-parto e cause danos à saúde da mãe (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2011).
Portanto e fundamental para a gestante um acompanhamento médico e de uma nutricionista para garantir a saúde da mãe e do feto.
Refereências Bibliográficas: WIDTH, Mary, REINHARD Tonia, MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA PARA NUTRIÇÃO CLÍNICA, tradução Carlos Henrique Cosendey; revisão técnica Fernada J. Medeiros Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) E DIABETES MELLITUS (DM): protocolo / Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arterial. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
SILVEIRA, Lauriane de Oliveira, MARQUEZ, Daniela de Stefani; DIABETES GESTACIONAL: consequências para mãe e o recém nascido; 2011.
PASCOAL, Istênio F. HIPERTENÇÃO E GRAVIDEZ; Revista Brasileira Hipertensos, 2002.